segunda-feira, 20 de abril de 2009

É estranho...

  Sentir-se muito cansado e ter a pior noite de sono dos últimos tempos.

  Não ter fome alguma, mas ouvir a barriga roncando.

  Sentir frio quando faz muito calor.

  Estar em casa e sentir-se um pouco perdido.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Memória




Acaba de se passar comigo uma tragédia que, tenho certeza, muitos já tiveram o desprazer de experimentar: perdi um de meus HDs com muitos arquivos importantes. Havia por lá muitas aulas da faculdade, artigos que em algum momento achei importantes e fui arquivando por categorias, alguns vídeos e poucos textos meus que agora se perderam para sempre. Mas o que mais lamento é a perda das minhas músicas. 
É curioso observar como a música exerce efeitos poderosos nas pessoas. A neurociência explica tudo, meu caro, mas à parte das considerações sobre as conexões do sistema límbico ao córtex auditivo (estou certo de que elas devem existir), o fato é que perdi músicas que vim arquivando ao longo de anos e representavam memórias afetivas importantes.
Eu costumava gostar do processo de conhecer uma banda nova na internet, ou descobrir que o último álbum da minha banda preferida havia acabado de cair na rede, mas agora estou tomado pelo desânimo. Recomeçar do zero não é uma ideia que me entusiasma. É tão trabalhoso fazer downloads... Por isso, dos amigos que solidarizarem, aceito CDs e DVDs com músicas legais para restabelecer rapidinho um arquivo musical bacana. Está lançada a campanha. Pra começar, pode mandar aí um Placebo, um Morrissey, um Beatles, uma Maria Bethânia, um Milton Nascimento e por aí vai.  =]

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Radiohead não precisa. Foi a única coisa que se salvou e é apenas isso que tenho ouvido nos últimos dias, o que não deixa de ser legal. A propósito, não me canso de ouvir Jigsaw Falling Into Place e não consigo entender porque eu não tinha percebido antes o tanto que essa música é extasiante.




terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Bonança




A analogia é antiga - depois da tempestade vem a calmaria. Basta ter um pouco de paciência e aguardar. Sejamos honestos, também é preciso muita força para manter-se agarrado ao mastro do navio e não ser lançado nas águas do mar furioso. 

Força e paciêcia. Está aí a receita para quando se espera que o vento sopre para longe as nuvens cinzentas.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Sobriedade




O mundo exige fortes emoções, paixões arrebatadores, demonstrações eloquentes dos sentimentos. O choro é considerado uma prova, ou antes disso, um prêmio. As lágrimas, ou como diria Saramago, a manifestação líquida dos sentimentos, são a face mais evidente do que se sente. Mas reconhecer nelas a demonstração cabal da legitimidade da emoção é um grande reducionismo. Eu diria mais, é uma lógica cruel. A vivência dos sentimentos ocorre num espaço abstrato que ultrapassa a função exócrina das glândulas lacrimais ou os limites didáticos da caixa torácica. É tão íntimo, tão pessoal, que pode assumir tantas variedades como são distintas as pouco mais de 6 bilhões de pessoas que andam a circular pelo mundo. Como é cantado em Dom de Iludir, cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é.  É isso.