O mundo exige fortes emoções, paixões arrebatadores, demonstrações eloquentes dos sentimentos. O choro é considerado uma prova, ou antes disso, um prêmio. As lágrimas, ou como diria Saramago, a manifestação líquida dos sentimentos, são a face mais evidente do que se sente. Mas reconhecer nelas a demonstração cabal da legitimidade da emoção é um grande reducionismo. Eu diria mais, é uma lógica cruel. A vivência dos sentimentos ocorre num espaço abstrato que ultrapassa a função exócrina das glândulas lacrimais ou os limites didáticos da caixa torácica. É tão íntimo, tão pessoal, que pode assumir tantas variedades como são distintas as pouco mais de 6 bilhões de pessoas que andam a circular pelo mundo. Como é cantado em Dom de Iludir, cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é. É isso.
Um comentário:
Que bom que reecontrei no pc antigo o link para seu blog... Adoro a sua intimidade com as palavras e a lucidez com que vc escreve, tanto sobre assuntos banais como para sentimentos profundos... Lendo assim de uma vez o que perdi nesses meses, tive um sentimento de déja vu, aí percebi depois que era por que seus artigos me lembraram muito os da Lya Luft... bem espero q vc considere isso um elogio, pelo menos para mim o é! A considero uma grande escritora.
Grande abraço!
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