domingo, 28 de dezembro de 2008
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
Cada
sábado, 29 de novembro de 2008
Mea culpa
sábado, 15 de novembro de 2008
domingo, 2 de novembro de 2008
Perto do fim
A uma semana do fim de minhas atividades na faculdade, tudo tem sido motivo para evocar o saudosismo, especialmente em relação ao Hospital das Clínicas (da UFG). Andar pelos corredores do hospital traz inúmeras lembranças de um tempo que hoje parece distante, mas bastante nítido na memória.
Lembro-me das impressões iniciais do HC. Achei horrível, intercalando partes velhas e mal-conservadas com outras semi-novas e já em processo de desgaste inexorável, a típica construção que foi somando expansões não comprometidas com um planejamento de crescimento a longo prazo. A disposição das enfermarias ao lado da barulhenta lavanderia, o ambulatório da ginecologia-obstetrícia em um buraco escondido nos fundos do hospital, as escadas com degraus assimétricos, os corredores estreitos. E por falar em corredores, como eu perdi naquele hospital!
Mas bastou o tempo para me transformar de intruso a parte integrante daquele lugar. De repente, já conhecia todos os corredores, todas as passagens quase secretas. E me sentia totalmente à vontade naquele espaço. Passar uma ‘gaso’ no laboratório? Deixa comigo! E lá ia eu satisfeito por saber em qual porta do laboratório deveria bater. Resgatar uma TC? É pra já! E logo estava na salinha da radiologia, importunando algum residente para encontrar o exame necessário.
E dessa forma passei a gostar muito daquele lugar e, muito mais importante, em pouco tempo aprendi que o maior patrimônio do HC é o humano: os professores, os residentes (que na maior parte das vezes são nossos maiores professores) e, principalmente, os pacientes. É com eles que pouco a pouco vamos aprendendo o exercício da medicina. É ali, no hospital-escola, que vamos superando nosso medo em abordar o paciente, vamos aperfeiçoando as habilidades do raciocínio clínico e vamos aprendendo, através do exemplo, como minimizar o sofrimento daqueles que confiam suas vidas a nós.
Reconheço o valor gigantesco que o hospital teve em minha formação e presto uma homenagem justa a um lugar que aprendi a gostar muitíssimo, a ponto de provocar um aperto no peito quando caminho pelos corredores já vazios no final da tarde. Espero que minha ligação ao hospital não se encerre definitivamente, mas mesmo que minha vida tome rumos diferentes, o HC nunca deixará de ocupar um espaço precioso em meu coração. É lugar de tão boas recordações, fonte de tanto aprendizado, onde me sinto seguro. É minha casa, e nada resume tão bem todos esses sentimentos: minha casa.
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
Palavras
Há algum tempo, em uma de minhas andanças pelo mundo virtual, me deparei com a mensagem de um colega que dizia: "Te amo e vou gritar pra todo mundo ouvir", ou algo parecido. Não sei quem era a pessoa amada, mas pelo visto eu fazia parte desse todo mundo para o qual ele estava gritando. Parei para refletir um pouco e achei vulgar a atitude. Me pareceu exibicionismo barato, atitude de quem se preocupa mais em exibir um status de relacionamento que supõe ser digno da inveja alheia.
É claro, posso estar enganado quanto ao sentimento genuíno da pessoa. Aliás, quem sou eu para ousar interpretar um campo de sensações tão abstratas? De qualquer maneira, acredito que o verdadeiro amor se manifesta por outros meios. Ele torna-se evidente no encaixe perfeito das mãos, na cumplicidade da troca de olhares, nos sorrisos discretos com o canto da boca. Quem ama não precisa gritar. O amor te preenche e irradia a seu redor involuntariamente. "E até quem me vê lendo o jornal na fila do pão sabe que eu te encontrei".
Peço que não me julguem contrário ao romantismo, mas não acredito em grande manifestações de amor. Acredito sim nos pequenos gestos, nas atitudes do cotidiano, nas mensagens discretas feitas para serem entendidas só por uma pessoa. E o "eu te amo"... Ah! O "eu te amo" só pode ser sincero quando dito num sussuro. Ao pé do ouvido.
Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda..
Mário Quintana
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
sábado, 4 de outubro de 2008
Sobre o invisível
A necessidade irrefreável de racionalizar cada gesto impede qualquer tipo de sossego, por mais que seja desejado. Alguns gestos simplesmente não correspondem ao imaginado. Alguns mistérios não têm explicação.
O ideal seria a transparência. Límpida. Penetrável. Mas a essência humana tem seu meandros, seus becos. Perder-se nesse labirinto é de uma facilidade assustadora.
Pode ser temível a utilização corriqueira de clichês, mas sentir com o coração, em alguns casos, é o mais sábio ensinamento daqueles que já viveram mais tempo.
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
Ídolos
Li com entusiasmo no site da Folha a notícia de que o José Saramago acaba de lançar um blog. A animação foi instantânea, pois os textos dele me enchem de satisfação. É indescritível o prazer que sinto ao ler um livro do mais importante escritor da língua portuguesa da atualidade.
Reunindo expectativas gigantestas, abri ansiosamente o link do blog e eis que me deparo com o post: "Geoge Bush, ou a idade da mentira". Fiquei com vergonha. A decepção foi proporcional às expectativas iniciais. Escrever um texto sobre a imbecilidade do presidente americano virou lugar-comum. Denominar Bush de "mentiroso compulsivo" e usar as mentiras sobre a motivação da Guerra do Iraque como base de argumentação é uma tremenda ausência de novidade. Me depcionou muito ver o estilo charmoso do Saramago contaminado pelo pensamento político banal.
Isso me lembrou das conversas com um amigo português. Dizia ele que não conseguia gostar dos livros do Saramago e o motivo seria uma ojeriza ao indivíduo, e não propriamente ao escritor. Um notável preconceito que o impedia de poder apreciar os belíssimos romances do seu conterrâneo. Contou-me que Saramago recorrentemente polemizava em torno dos mais diversos assuntos da vida política, social e religiosa portuguesa. E é fato: radicais, de qualquer tipo, em pouco tempo se tornam chatos.
Outra figura ilustre também segue o exemplo do Saramago. O Morrissey, ex-vocalista da banda The Smiths e atualmente em carreira solo, não titubeia em lançar comentários politicamente incorretos. Também aprecio enormemente a obra do Mozz, mas fica difícil admirá-lo diante de comentários velados com conteúdo xenófobo e racista, ou após frases do tipo: "Eu preferia que o Bush morresse e não o Reagan". Mais uma vez o Bush...
Pra evitar maiores desilusões vou preferindo a criação e tentando distanciá-la do criador. Não é um exercício fácil, mas vale a pena ignorar o polemicismo bobo se isso me permite apreciar plenamente um Evangelho Segundo Jesus Cristo e ouvir sem pretensões uma belíssima I Know It's Gonna Happen Someday.
terça-feira, 16 de setembro de 2008
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
Orkut
Conclusão: O Orkut não entende nada de metereologia em terras goianas. Ou então foi uma maneira delicada de dizer que posso ir dando adeus ao sonho de vir a alcançar o sucesso algum dia.
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
Vigília
Há pouco tempo o relógio apontou a meia-noite e desde então passou a ser oficialmente meu aniverário, ganhei um ano a mais na idade e tornei-me um pouco mais velho. Como o dia oito de setembro não é feriado nacional (ah, seu eu adiantado em algumas horinhas meu nascimento...) amanhã tenho que acordar cedo e seguir minha rotina de sempre. Por isso, tentei ir logo para a cama e dormir um merecido sono.
Qualquer pessoa mais esperta já percebeu desde o princípio que toda essa introdução tem por objetivo expôr minha frustração por não conseguir concretizar o descanso desejado.
Os pensamentos em minha cabeça não páram. Usualmente essa data sempre recupera muitas memórias do passado: as histórias da infância, a família, os amigos, as festinhas, as festonas. Toda a linha da vida é percorrida até chegar ao presente. E nesse momento muitas expectativa futuras são reconsideradas. Várias são redesenhadas. Sempre foi assim, mas dessa vez o processo parece estar muito mais intenso. Há uma pitada de angústia. E lá se foi o meu sono...
2008 tem sido um ano muito particular. Especialíssimo. Conheci pessoas fantásticas, amigos que tomaram um considerável espaço em meu coração. Comprovei que minha família é um alicerce rígido, capaz de resistir inabalável, mesmo diante de alguns terremotos. Descobri que a paixão é um sentimento que pode renascer num terreno que parecia infértil.
Tenho motivos inúmeros para recostar-me e dormir com a paz de espírito dos vitoriosos. Mas abate-me a insegurança do que vem pela frente. Dá um frio na espinha pensar nisso. Evito discorrer mais por aqui sobre esse tema numa tentativa de repelir esses pensamentos. E que meu sono possa retornar...
É um pouco chato começar esse dia com um espírito um tantinho pessimista. Mas acredito que isso venha a mudar nas próximas horas. Nada melhor do que receber os abraços mais apertados dos amigos que te estimam e o beijo sincero daqueles te amam. E presentes, é claro!
Boa noite
*Ouvindo: Marcelo Camelo - Sou
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
Fim
Há tempos penso em escrever um blog. Na verdade já tive um, junto a outros 3 amigos. Mas o objetivo era outro, os tempos eram distintos. Naquela ocasião a idéia era reaproximar quatro pessoas que se viram de repente seguindo caminhos divergentes. Agora o propósito é me reaproximar de mim, dos meus pensamentos. É simplesmente exercer a reflexão.
Escrever é uma atividade peculiar. É muito particular. É instrospectico. E transcrever o pensamento implica em, necessariamente, reconsiderar opiniões. Tanto para reiterá-las com palavras que transmitam com a devida força aquilo em que se crê, quanto para refutá-las diante de argumentos inéditos.
Espero não perder precocemente o ímpeto em prosseguir com isso aqui. Afinal, refletir não é fácil. O lugar-comum é confortável e a postura concordante evita os confrontos, evita a exposição e nos inclui comodamente no enorme grupo, na maioria.
Desafio-me.